Empowerment é uma palavra em Inglês que numa tradução literal significa dar poder, fortalecer. A definição adoptada na CERCIMIRA para o empowerment implica a sua compreensão como um processo através do qual se incentiva o exercício da vontade própria de uma forma positiva e com o respeito pelas regras estabelecidas. Aplicado às pessoas com deficiências e incapacidades que constituem o universo dos clientes da Cercimira, este processo implica uma atitude constante de reforço das suas competências de decisão, de maneira a fortalecer a sua capacitação, a sua emancipação e a sua autonomia.
Quando colocado em prática de uma forma abrangente, o empowerment terá necessariamente reflexos positivos no domínio que a pessoa exerce sobre os aspetos quotidianos que lhe dizem respeito, permitindo-lhe alargar as suas oportunidades de participação, ter responsabilidade nas suas escolhas informadas, e em última instância, reduzir a sua dependência de terceiros e encorajar a sua autosuficiência. Um processo de empowerment deve ser disseminado e colocado em prática com base em atitudes concretas, na disponibilidade de informação acessível e no respeito máximo pela decisão das pessoas com deficiências e incapacidades. Incentivar a tomada de decisão e o exercício da vontade própria aplica-se tanto nas grandes opções dos planos individuais, como nas pequenas opções quotidianas.
Em determinados momentos, tanto os gestores de caso, como os colaboradores com funções de intervenção direta poderão confrontar-se com opções incorretas, irreais ou escolhas que simplesmente não vão ter o resultado esperado pelo cliente. Perante estas situações devem ser assegurados o princípio da não violação de regras estabelecidas, a segurança do cliente e a informação prestada de forma acessível. Aplica-se aqui também a regra do bom-senso: entre suportar ou não suportar uma má escolha, estar-se-á a também a permitir ou a limitar um momento de aprendizagem e uma oportunidade de desenvolvimento pessoal. Perante este tipo de dilemas éticos aconselha-se a partilha entre gestores de caso/ colaboradores, sendo que a intervenção da CERCIMIRA não poderá ser nunca um obstáculo à concretização de aspirações pessoais.
Nas circunstâncias em que a própria pessoa não reúne condições para se auto-representar, mesmo nas questões mais simples, a aplicabilidade do conceito de empowerment perde relevância para prestação de cuidados e para a manutenção do bem-estar, o que não significa deixar de incentivar a participação e envolvimento do representante legal do cliente, valorizando as suas opções devidamente informadas e enquadradas nas regras aplicáveis.
Na CERCIMIRA trabalhamos por um ambiente amigo do empowerment, seja através de ações simples e quotidianas, seja através de esforços coordenados em reuniões de setor, ou em ações de sensibilização interna e externa.