Uma sala muito bem composta por Pais e Encarregados de Educação, dois convidados especiais e um bom tema para lançar a conversa: foi assim que se passou a tarde na CERCIMIRA. A participação comunitária foi o tema em destaque.
Vamos ser diretos: a verdade é que as pessoas com deficiência e incapacidade são frequentemente pouco vistas e pouco participantes nas comunidades onde residem. Hoje partilhou-se que parte do problema, pode estar em fatores como a ausência de oportunidades declaradamente inclusivas, na pouca sensibilidade das associações, na relutância e comodismo da própria família, ou mesmo na timidez da própria pessoa.
Mas também é certo que nas comunidades locais funcionam movimentos associativos, grupos, clubes, práticas religiosas, festas e costumes tradicionais onde a participação é possível e desejável. Isto porque participar, antes de mais, é um direito.
Ouviu-se em particular o testemunho do agrupamento de escuteiros do Seixo. A Dirigente Benilde Rocha falou do desafio que o escutismo lança aos seus associados, da aprendizagem pela ação e do crescimento pela experiência conjunta e vivida em grupo, na natureza e na sociedade. Referiu que acolher pessoas com incapacidade tem sido um desafio e que há sempre lugar para proporcionar uma experiência a quem quiser. Mas atenção: uma experiência adequada aos potenciais e expectativas de cada um.
Seguiram-se as palavras do representante do Clube Domus Nostra, Paulo Grego, que apresentou a associação sedeada em Portomar, Mira. Entre o futsal e todos os seus escalões competitivos, o rancho folclórico, o karaté, o grupo de fados e tudo mais, não se esqueceu de assinalar como todos são importantes para o funcionamento do Clube, desde quem marca o golo no campo, a quem está a fazer as sandes ou a dar ar às bolas.
Enquanto se discutiam as dificuldades locais, das portas fechadas às barreiras arquitetónicas, ouviu-se também, na primeira pessoa, como pode ser importante ir cantar no côro da eucaristia, fazer um espetáculo para crianças, ou participar na marcha popular lá da terra.
Foi já a pensar como a participação das pessoas com deficiência e incapacidade, bem como a sua presença visível, são determinantes para a sociedade inclusiva que todos queremos, que se seguiu para o lanche partilhado.
Então, a mensagem que fica é a seguinte: se conhecer, divulgue. Se for preciso, avise. Se houver lugar para mais alguém, pergunte. E se presenciar a participação de pessoas com deficiencia ou incapacidade nestas vidas associativas, pois dê-lhes os parabéns!